Nos
últimos dias, andei refletindo o quanto vale o nosso ponto de vista
diante daquilo que possuímos, ou desejamos possuir... Daquilo que
somos, ou queremos ser. Qual o valor daquilo que eu ainda não tenho,
e das coisas que eu desejo ter? Quanto vale o nosso olhar que
condiciona a oferta estimulada pela procura do outro. ...E fiquei fascinado pela
ideia de que o valor das coisas, é a gente quem faz, já que para
tudo o que se oferece, há alguém que está à procura.
Refletia
nos últimos dias qual a importância daquilo que a gente diz e faz
pelos outros. Nosso manual de boa conduta diz que quando fizemos algo
de coração, não devemos esperar nada em troca, nem mesmo o
reconhecimento. Mas e quanto vale o meu esforço para satisfazer as
necessidades daquele que não espera nada de mim?
Aqui no
Sul, onde já no outono começa a fazer frio, algumas pessoas se
mobilizam para arrecadar doações de roupas que serão distribuídas
à pessoas carentes. Um gesto de solidariedade que além de aquecer
os necessitados, aquece os corações daqueles que doam. São gestos de carinho, que se multiplicam ao ser dividido. Quantas
instituições são moldadas à pura sensibilidade daqueles que não
buscam lucros, mas ver o bem daqueles que os nossos olhos julgam sem
conhecer a sua história.
Gosto de reparar os vendedores
ambulantes nas ruas, que nos mostram a diferença gigantesca entre os
valores cobrados por eles, e o valor que podemos oferecer pelos seus produtos. Alguns destes vendedores, superfaturam o que nos oferecem para que no desenrolar de uma boa conversa, consigamos obter o que desejamos pelo tanto que realmente vale ser pago. A pergunta é: O quanto queremos? Quanto o valor a ser pago é capaz de condicionar a minha procura?
E é assim
que vamos descobrindo o valor daquilo que nos oferecem, e do que
podemos oferecer... Apenas com uma boa conversa. Como aquela conversa
despreocupada entre você e o vizinho ao lado do seu quintal, que
encontra inúmeros motivos para manter a proza que há de ser paga
pelo preço de uma bela amizade... Como a Sacralidade do coração
daqueles que mostram o valor do bem que praticam... Como ao fim de
todo bom entendimento, quando todos os argumentos cessam, e cedem
lugar à satisfação de ambos os lados.
São os
dois lados da moeda... Oferecendo condições para que eu possa ser
negociante, avaliante, e comprador... Ou vendedor. Descubra o valor
que há em cada gesto seu. Descubra o quanto suas palavras tem apreço
àqueles que lhe ouvem. Descubra o valor de um bom coração, ou até
daqueles que são meio enrijecidos pelo egoísmo. Saiba ser o
negociante do mercadinho da esquina, onde as pessoas se encontram
para buscar aquilo que precisam. E lembre-se: O que elas procuram, às
vezes só você pode oferecer. Faça o seu preço!
(Gentil Buratti Neto)
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