quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Sou canteiro de obras

Sou canteiro de obras...

Sou terreno ainda cheio de entulhos... Onde o trabalhador enxuga o suor do rosto no Sudário branco que contrasta com o vermelho lapidado em Sua face... Trabalhador de mãos cansadas, calejadas e machucadas... De corpo exausto, fraquejado e molestado pelo trabalho duro de sua árdua profissão... Trabalhador que não desiste de mim.

Operário este, que sonha em ver Sua obra concluída, seu santuário em harmonia com Seus sonhos... Lugar onde reúnem-se amigos... Onde a mesa farta é posta para servir o banquete que se multiplica em proporções gigantescas. Fui escolhido sede.

Hoje, sou canteiro de obras... Lugar de poucas belezas, da rispidez do concreto sendo feito a mão... Lugar de poucos anúncios. Amanhã quem sabe, o sétimo dia... O dia do descanso. E dentro de mim, o sino anuncia o momento da festa... Coração que marca a hora exata do encontro... Da reunião de amigos... Do amor dividido... No meu santuário, que começa a ser conhecido.

(Gentil Buratti Neto)

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