segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Poesia, uma necessidade de vida

Ontem, tive a oportunidade de ver a alegria nos olhos de um amigo quando contava-me que havia acabado de criar um blog. Senti-me surpreso e feliz ao ver traduzido nele os mesmos motivos que me levaram a esta necessidade de escrever. E ao mesmo tempo em que ele revelava os seus motivos, eu percebia nele a preocupação com os cuidados que precisaria ter dali por diante.

Lembro-me de quando cursava o ensino médio, uma professora preocupada não apenas em ensinar o conteúdo de sua disciplina, nos disse que todo ser humano precisava de três coisas na vida... Uma delas, era escrever um livro. Hoje vejo esta necessidade fazer sentido quando encontro-me na companhia solitária de meus versos. De versos solitários, aos poucos, o contexto de uma poesia vai surgindo a medida em que vou me tornando parte de uma realidade que ainda carece de forma.

Vida real e subjetiva vão sendo costuradas. Vou sendo artesão das minhas próprias palavras. Vou juntando as miudezas, procurando rimas e transcendendo a minha realidade a procura de respostas. As respostas que encontro, vão ganhando espaço numa folha de papel. As que ainda não encontrei, deixo-as livres a percorrer meus pensamentos até que um dia encontrem o seu lugar em uma linha cheia de razão, ou não.

Linha após linha, vou sendo diálogo constante entre minha realidade e os versos de um coração que também precisa ser traduzido. Dizem que as palavras mais belas, são geradas no bater de um coração. Por isso, deixo-me ser conduzido aos poucos por este estímulo que me mantém vivo. Ainda há muito a ser dito, muitas perguntas ainda precisam ser saciadas e também há muito o que perguntar. Não me preocupo com o que ainda não tem resposta. Às vezes, precisamos mais das perguntas do que das respostas. São as perguntas que movem a poesia, que dão vida aos sentimentos. E quando a poesia for inevitável, ela surgirá no mesmo instante que meu coração precisará bater para me manter vivo.

E assim, em meio a esta necessidade, vou encontrando minha própria companhia... Afinal, antes da poesia encontrar seu lugar em outros corações, ela precisa ser revelada à quem a traduziu para que um dia, quem sabe, ela se torne o esboço de uma vida marcada pela fragilidade de um coração que sempre teimou em bater.

(Gentil Buratti Neto)

Nenhum comentário:

Postar um comentário