Ser feliz ao lado de quem você ama, não significa que você precisa viver uma vida emocionalmente condenada a prospectiva do riso. Durante muito tempo, fui convencido pela ideia do "Felizes Para Sempre" que os livros sempre nos trouxeram, mesmo que com outras palavras. Eram histórias de amor, romance, aventura, ação, entre outras que sempre acabavam no já tradicional felizes para sempre que até mesmo o fim de novelas parecia estar condenado a assumir.
Finais felizes, parecem ser um roteiro que obrigatoriamente precisa ser seguido para alcançar o sucesso de vendas. Mas sempre que eu terminava de ler a história dos livros que eu adquiria, ficava envolvido por inúmeras perguntas que me conduziam a um único caminho: O que acontecia depois do fim?
Tive sorte de alguns livros terem continuação. Isso me confortava toda vez que eu abria a primeira página do próximo livro da coleção, mas logo que chegava ao fim, voltavam todas aquelas perguntas que insistiam em permanecer quando eu chegava ao final das leituras.
Começava um dilema que já era constante, antes mesmo de eu conhecer o significado das palavras. Os autores insistiam em contextualizar o "felizes para sempre". ..Mas porquê eles não podiam deixar no ar a continuação de seus enredos, como o fim de um dia tão comum aos meus? Talvez se eles escrevessem que ao anoitecer, o dia terminava tão normal como todos os outros, seria mais fácil entender que ali, a vida seguiria sem a obrigatoriedade da felicidade plena que eles desenhavam a cada fim de história.
Ainda para ajudar, vem o poeta dizer em uma música linda: "Que você descubra que rir é bom, mas que rir de tudo é desespero." Parecia que era conspiração contra tudo o que eu acabara de ler. Surgia ali, uma nova pergunta, que resumia todas as outras: Como ser feliz para sempre, sem o riso ser obrigatório e constante?
Foi aí então que as perguntas que me perseguiam começaram a encontrar o seu lugar dentro de mim. Cada uma no seu devido lugar, como se todas elas já soubessem onde deveriam estar.
Como isso aconteceu?
Quando comecei a fazer das perguntas, o motivo pelo qual eu gostaria de ser feliz. E foi neste momento que eu descobri que o felizes para sempre, não se obriga ao riso que eu julgava ser a única forma de ser feliz. E muito menos, que o felizes para sempre decretava o fim... Mas a continuidade que eu ainda não estava habituado a viver.
Descobri então que a verdadeira felicidade, é o motivo pelo qual você deseja viver ao lado de quem o seu coração quer sempre por perto, sem a dependência de um sorriso no rosto, sem a obrigação de ser a continuidade de uma comédia, sem medo de errar e ser perdoado, sem ser julgado pelo seu dia não ter acabado tão bem como gostaria, mas acima de tudo...
...Estar ao lado de quem lhe faz feliz!
...Para sempre.
(Gentil Buratti Neto)
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